sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

E aí, quem mais quer destruir a Floresta Amazônica?

E aí, quem mais quer destruir a Floresta Amazônica? 19 bilhões de reais serão gastos na construção de algo que não trará lucro e sem necessidade, pois o Brasil tem um alto potencial para desenvolver fontes de energia renovável. Enquanto isso, apenas 6 mil casas serão construídas para rehabitar as vítimas da enchente no Rio.
A construção de 6 mil casas custará no MÁXIMO cerca de 500 milhões de reais. Valor que não chega a 5% do valor gasto com a construção Complexo Hidrelétrico de Belo Monte. E se os brasileiros estão sabendo da situação atual do próprio país, não foi somente na Região Serrana do RJ que as pessoas perderam suas casas.
Só na região metropolitana de São Paulo 115 mil pessoas moram em zonas de risco e precisariam ser remanejadas. Esse número corresponde a cerca de 30 mil famílias, número 5 vezes maior do que o número de casas que serão construídas com o apoio da Presidente Dilma.
Vejam o dinheiro que poderia ser gasto para auxiliar milhares de pessoas no país, tanto na parte de moradia, como para cobrir os déficits com saúde e educação, serviços que parecem não ser tão importantes perante os olhos de nossos governantes.
E o impacto da construção da Usina vai muito além da inundação catastrófica. Segundo a WWF, cerca de 8 mil pessoas migrarão para a região da Usina, sobrecarregando os arredores.
Os imigrantes terão emprego mas não terão escolas, postos de saúde, e o índice de desmatamento será enorme, devido à explosão imobiliária da região. Não haverá uma educação ambiental suficiente para que os novos moradores convivam pacificamente com a floresta.
Ou seja, a Usina não trará lucros para a população brasileira, ou pelo menos, para a maioria. Provavelmente o projeto tenha sido aprovado porque auxilia os bolsos de uma minoria, que está muito longe de ser vítima dos prejuízos da Usina. Ou não.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Talvez a canção não tenha sido tão bela
ou não fora suficiente
para agradar-lhe os ouvidos.

Pode ser que os sonhos contados
não puderam ser divididos,
afinal os gostos eram distintos.

Com certeza a  moeda
era velha demais para ter algum valor
e não conseguira comprar a felicidade.

Ou será que os quadros pintados
ficaram desbotados,
as tintas perderam os tons
até que as alegres cores deixassem
a visão triste?

O cansaço tomou conta do corpo,
a preguiça dominou a alma
e a vontade de amá-lo havia sido perdida.

A paixão já não era quente,
o abraço não era apertado,
o beijo não tinha mais sabor.

Titubeou em revelar o sentimento 
que se passava em seu coração.
Do seu olhar perdera-se a direção
e um passo para trás fora dado.

Tinha medo de revelar a causa da negação.
Repudiá-lo causava imensa dor,
porém magoá-lo era mais dolorido ainda.

Como contar-lhe a descoberta de um novo amor?

As lágrimas rolaram pela face,
as pernas tremeram, 
as mãos suaram
e as palavras brotaram
embaralhadas, duvidosas,
verdadeiras.
O alívio causava remorso,
mas era sincero e profundo.

Deixara-o paralisado,
boquiaberto,
mudo.

No silêncio pegou as malas;
no varal estavam as roupas lavadas;
na pia, a louça limpa;
nos móveis a cera brilhava.

Por trás de si a porta se fechara
e os olhos não mais se encontraram.
E, como se fosse a primeira vez,
seus lábios se tocaram.
O tempo parecia estático.

As nuvens não se moviam com o vento,
o farfalhar das folhas não era ouvido,
a vitrola ficara muda.

Os corpos dançavam um ritmo desconhecido
aos olhos alheios,
enquanto os olhares daquele casal fixavam-se
atentos, sonhadores, saudosos.

A sincronia das mentes era perfeita.
Tinham os mesmos sonhos,
pensamentos, sentimentos.

Não havia mais no coração
a lembrança da despedida.
Viviam agora apenas aquele
momento de reencontro.

O beijo era mais doce 
que o perfume dela;
o sentimento, mais forte
que os braços dele.

E, enquanto o tempo havia
parado dentro de seus corações,
as horas corriam lá fora,
anunciando o momento de ir embora.

As bocas separaram-se,
os olhos lacrimejaram
e a distância doeu novamente.
O medo de perderem-se era constante
e a vontade de amar mantinha-se intensa.

A união teria de dar mais uma pausa.

Relutantes, despediram-se,
fizeram juras,
mantiveram os olhares fixos
até ela virar a esquina.

Um novo encontro já estava marcado,
mas pairava o medo de algo dar errado.
E, nessa dúvida de encontros e despedidas,
renovou-se o penar do amar.




sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Já estava procurando
na luz que entrava pela janela
o brilho daqueles olhos,
sentindo falta do grande amor
que não teve;
buscou o consolo na imaginação.

Quem sabe imaginando-o a seu lado
conseguiria sofrer menos,
valeriam a pena todas as horas perdidas,
todos os dias perdidos.

Todos os pecados cometidos
foram perdoados no caminho
que trilhara sozinha.

Todas as luzes foram acesas
e queimaram-lhe por dentro.

A porta da geladeira abriu-se
e morrera de fome.

Não havia nada de nutrificante
naquele mundinho gélido.
A fome quase fora triunfante,
lutou-se um duelo épico,
seu bem e seu mal 
confundiram-se numa só pessoa,
e esta já não entendia o significado
das palavras jogadas na face.

Fora um erro
e tudo não passara disso.

Um erro recapitulado
várias e várias vezes
até encerrar-se nas últimas páginas.

No epílogo um homicídio,
uma fatalidade talvez:
matara o amor que amara uma vez.