segunda-feira, 23 de julho de 2012

Para ela
Não bastava apenas aquilo
Não bastava viver intensamente sem conhecer-se, sem conhecê-lo.

Era preciso mais
E para ele o mais dela era imperceptível.
E isso muito era devido a uma alma insensível
Que em seus sonhos pisara sem amor.

Mal sabia ela a dor que afligira aquele peito
Mal conhecia os sonhos desfeitos
E por tal ignorância, insistia em apertar-lhe mesmo sem sentir o antigo ardor.

Pecava por ingenuidade,
Amava uma paixão infantil na qual não se via não amada.
Mas quando a frieza do olhar enregelava seu coração,
Sentia-se sem tango, sem fulgor, sem ação.
E por tal arrepio que sentia ao tocar aquele homem gélido
Insistia em esquentá-lo com beijos cujo calor perdeu-se em polar.

Sabia que era impossível achar o amor que não perdera,
Ainda mais agora que descobria que nunca tivera lhe pertencido.
Mas os bons momentos existiram, relembrando e aflorando em seu peito a esperança
Aquela mesma espera na qual se baseou para corresponder ao sorriso
Que julgara ter sido dirigido só para ela.
Ah se antes soubesse que simpatia
Era sua característica particular,
Não tinha se deixado levar por aquela intensa vontade de amar.