terça-feira, 30 de julho de 2013


Há algo pior que desilusão de amor?
Infelizmente... Há.
Pelo menos 
amor desiludido
não gera ressentimento
de ideais.

Mas o que seria,
então,
pior que desamor?

Seria aquela perda de confiança.
O nascimento de uma desconfiança
gerada em sal.
Sal do deserto
interno
de quem não tem amor.
De quem não tem ardor.

É a derrubada do escudo
com o qual
tal desertado
antes se protegera.
Aquela redoma com a qual
o iludido protegera,
da umidade,
o sal.

Ah, se o iludido soubesse
que o sal precisava ser mais humilde,
deixaria o deserto virar mar.

E, no final das contas,
a umidade afoga o iludido
que, humilde, não sabe nadar.
Não sabia nada.
Umidade salgada essa
que provém das lágrimas.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Carmim caminho

Encerro-me na vida
a procurar frestas luminosas
de beleza e saciedade.
E na luz vou mergulhando,
afogando e saboreando
o colorido dos caminhos
negros, brancos e vermelhos,
cheios de luto e luta
tal como é a vida.

Porém na luta me encontro,
embora na saudade
de tempos não vividos
eu me perca.
A saudade do futuro corrói
mais que o desgaste do passado,
apenas porque
de certeza na vida
temos somente o pretérito...
Perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito.