segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Isso tudo que bate de frente
querendo desconstruir 
o que foi construído pela gente.
enquanto você brinca de rir, 
fugir e conduzir esse amor 
que não basta por si só;
ele precisa de nós.


Acredite, 
não teria dado certo
se você não fosse tão esperto.
Teria acabado
se você, com esse jeito todo atordoado,
não tivesse me completado.


É, moço faceiro,
agora que tá tudo aqui dentro
como faremos?


Você diz que sabe
que na verdade a vida
não é só realidade.
Me conta como sabe desse segredo,
me ajuda a perder todo esse medo.


Conduz meu amor,
vamos fugir e rir do mar,
brincar de se afogar 
nesse jeito dengoso de amar.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Orgulho ferido

Tapa na cara.
Orgulho jogado ao chão, 
chutado para longe da mão.
Vergonha logo ali, ao alcance.
Brincadeiras a parte,
o jogo se perdeu,
a trapaça ocorreu
e nada mais restou.
O sol se apagou,
a lâmpada queimou
e o vazio aumentou.


Doeu a dor ferida,
Machucou o corte ensaguentado.
Quebrou o vaso chinês.
O que era valioso
perdeu seu valor
e no cofre conta-se apenas sal.
Perdeu.


Esticado no piso
encontra-se sem abrigo,
sem sótão 
nem porão 
sem sala
nem mala.


Grita um grito mudo,
pisoteia o lamaçal,
afunda e não muda.


Diz-se cansado, 
pisoteado, perdido.
Seu orgulho fere-o com o ferrão.
Está machucado,
pobre coração.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Se quiser que eu vá com você
para algum lugar qualquer,
me busque às nove na varanda de casa,
estarei esperando perto da sacada.
Aperte a buzina,
compre um ramalhete,
deixe o tanque cheio
e vá ensaiando seus flertes.
Não foi você quem disse que eu era especial?
Não, não quero saber da sua classe social.
Não preciso do seu dinheiro,
só quero você por inteiro.
Desligue o telefone
porque a hora está chegando,
o relógio já caminhou alguns minutos
e a gente conversou tão pouco.
Vem, vem logo me encontrar,
só me espere tomar banho e me aprontar
que já é quase hora da gente se amar.