Seus belos olhos
saltavam das órbitas
e fixavam religiosamente
a velha janela.
A canção ao fundo
não era ouvida
nem por sua inconsciência
e sua mente não trabalhava,
para isso a paciência se esgotara.
A cútis paliçádica brilhava
com a pequena réstia de luz
que entrava.
A morbidez de seus sonhos
pairava como nuvem
sobre a nuca
e a voz não saía.
Sentada na cadeira
ia morrendo,
morrendo ia
admirando aquela única fantasia.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Sentindo o frio na pele,
fingindo ser quem eu era
corri para dentro daquele quarto,
encarei a escuridão
e gritei para ela.
Onde está minha visão?
Por que roubaste-a de mim?
A luz, que muito forte
embaçava minha vista,
foi necessária para vencer-te,
e agora aí estás
presa neste quarto,
fugindo
e me ouvindo.
Oras, por que não respondes?
Acaso tenta enxergar
teu inimigo com meus olhos?
Por que, então,
não roubas meus ouvidos
para ouvir o som da claridade?
O mesmo som que
chamou minha atenção
e me tirou de teus negros braços.
Tens medo de não mais
possuir as mentes dos desafortunados
que caem em seus braços,
puxando-os para o lamaçal
de suas entranhas?
Qual o motivo de temer
as subjetivas crenças estranhas?
Pensas que, mesmo sem meus olhos,
impede-me de ver a verdade
por trás da verdade?
Zombas daquilo
que seus olhos querem enxergar
mas não podem?
Sofres com a possibilidade
de ver caírem por terra
seus ideais,
suas guerras?
Sentes,
no mais profundo de sua escuridão,
uma luz brilhar
e por mais que queiras,
não consegue apagá-la,
não consegue matá-la.
Por que ainda insistes
em crer no não crer?
Abra a porta
da sua apagada sala
e deixa a luz entrar
na sua apagada alma.
Não precisa devolver meus olhos,
consigo seguir minha trilha sem eles.
Mesmo sem eles
mantenho meus passos retos,
o quanto é possível.
Aproveita-te deles,
pois foi com eles
que descobri que não preciso enxergar
o que eles enxergam.
fingindo ser quem eu era
corri para dentro daquele quarto,
encarei a escuridão
e gritei para ela.
Onde está minha visão?
Por que roubaste-a de mim?
A luz, que muito forte
embaçava minha vista,
foi necessária para vencer-te,
e agora aí estás
presa neste quarto,
fugindo
e me ouvindo.
Oras, por que não respondes?
Acaso tenta enxergar
teu inimigo com meus olhos?
Por que, então,
não roubas meus ouvidos
para ouvir o som da claridade?
O mesmo som que
chamou minha atenção
e me tirou de teus negros braços.
Tens medo de não mais
possuir as mentes dos desafortunados
que caem em seus braços,
puxando-os para o lamaçal
de suas entranhas?
Qual o motivo de temer
as subjetivas crenças estranhas?
Pensas que, mesmo sem meus olhos,
impede-me de ver a verdade
por trás da verdade?
Zombas daquilo
que seus olhos querem enxergar
mas não podem?
Sofres com a possibilidade
de ver caírem por terra
seus ideais,
suas guerras?
Sentes,
no mais profundo de sua escuridão,
uma luz brilhar
e por mais que queiras,
não consegue apagá-la,
não consegue matá-la.
Por que ainda insistes
em crer no não crer?
Abra a porta
da sua apagada sala
e deixa a luz entrar
na sua apagada alma.
Não precisa devolver meus olhos,
consigo seguir minha trilha sem eles.
Mesmo sem eles
mantenho meus passos retos,
o quanto é possível.
Aproveita-te deles,
pois foi com eles
que descobri que não preciso enxergar
o que eles enxergam.
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