terça-feira, 30 de novembro de 2010

Às vezes descobrimos amigos
onde pensávamos que existissem inimigos.
Em muitas ocasiões acabamos por entender
que amigo não se escolhe,
apenas descobre-se.

Eles surgem numa palavra,
num gesto, numa estrofe.
Certas vezes nem querem ser amigos,
mas acabam sendo.

E quando os descobrimos
o coração acelera,
a lágrima invade o olho
e um novo tipo de amor nasce
e cresce...

Um amor tão puro e tão ingênuo
baseado na divisão, no carinho
e no afeto.

Um sentimento que cresce
em cada despedida,
que dorme no tempo
e que renasce no reencontro.

Um sentimento que na mais silenciosa solidão
brota lá no fundo do coração
abrindo nossos olhos, deixando a lágrima cair
e nos mostrando que
nunca estaremos sozinhos.

Estes versos foram feitos imaginando um possível diálogo baseado na música Trajetória, uma composição de Arlindo Cruz, Serginho Meriti e Franco, e tão lindamente cantada por Maria Rita.

Cada momento que passamos juntos
foi extremamente importante.
Tua companhia é alegre, graciosa,
és uma pessoa brilhante.

Lembras de nossos passeios de domingo?
Dos sorrisos, contos, segredos?
Época tão feliz
e tão recente...

Escrevemos cada linha dessa história
seguimos juntos essa trajetória.
Porém a vida pede-me para partir
e a lágrima que molha teu rosto
neste momento
implora-me para ficar...

Música:  Trajetória

Não perca tempo assim contando história
Pra que forçar tanto a memória
Pra dizer
Que a triste hora do fim se faz notória
E continuar a trajetória
É retroceder
Não há no mundo lei que possa condenar
Alguém que a um outro alguém deixou de amar
Eu já me preparei, parei para pensar
E vi que é bem melhor não perguntar
Porque é que tem que ser assim
Ninguém jamais pôde mudar
Recebe menos quem mais tem pra dar
E agora queira dar licença, que eu já vou
Deixa assim, por favor
Não ligue se acaso o meu pranto rolar, tudo bem
Me deseje só felicidade, vamos manter a amizade
Mas não me queira só por pena
Nem me crie mais problemas...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Tens um sonho tão grande
que serias capaz de correr
maratonas para conquistá-lo?

Tua ambição pelo sucesso
do empreendimento
é tão grande
quanto este?

Pois vá,
corra atrás de teu sonho,
porque ele tem a péssima
mania de correr de você.

E quando alcançá-lo
agradeças aos céus por tamanha conquista.
Foram eles que sopraram
o vento a teu favor.

E, se por acaso, não conseguires conquistá-lo
sinta-se feliz pelas lembranças
que conquistaste no caminho de
tuas buscas.
Elas podem ser muito maiores
e mais importantes
do que teus sonhos.
Basta abrir teus olhos para a
paisagem da trajetória...

sábado, 27 de novembro de 2010

Que vontade é esta
de estar junto e abrir
meus ouvidos ao som da tua voz?

Que sentimento é este
que me faz sonhar contigo
e desejar que esse sonho
fosse realidade?

Afinal, que curiosidade é esta
que me surpreende e
me deixa atenta
ao escutar teu nome?

Peço aos outros que me expliquem
tais sensações.
Busco, em vão, respostas
para dar ao coração.

E tu poderias me explicar
o motivo de tamanha
sensação?

Será que sentes o mesmo
ou estás perdido
em outro mundo,
outro cometa,
outra sensação?

Poderias me dar alguma resposta?

Sinto que não,
pois tu não fazer a menor idéia
do que se passa
neste ferido coração.
Uma dor lasciva,
aguda,
grave,
que perfura
e fere como
espada afiada e envenenada.

Dor que surge
aos poucos
com o movimento
dos ponteiros
e com a rotação
do globo.

Tão dolorida quanto
a traição;
confunde sentimentos,
faz chover nos olhos.

Canta um desencanto,
agoniza a esperança,
sofre a felicidade
e prende a liberdade.

Ah, como dói essa saudade!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A natureza visando a vida
resolveu criar o homem.
Primeiro o homem-primata,
depois o homem-colonial,
e, por fim, o homem-político.

O primeiro priorizou a sobrevivência.
Caçou, comeu, procriou,
muito lutou, suou e morreu.

O segundo cuidou da família.
Educou a prole, trabalhou,
Muito lutou, suou e morreu.

O terceiro ama o conforto
faz de tudo para obtê-lo.
Pouco trabalha,
pouco luta,
pouco sua
e muito mata.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

E a vontade de escrever
toma conta de todo meu ser.
A mão desliza sobre o papel,
as idéias assaltam a mente
como se fossem pensamentos
de outras pessoas.

Alivio na celulose
a pressão do cotidiano
a pressão das provas, das privações,
a força e a intensidade dos desafios.

E esses pensamentos
esses sentimentos
são iguais ao de todos os seres
que emitem uma energia,
a qual tenho a pretensão
de transformá-la em poesia.
E os dias que passam
me carregam como folhas fenestradas
ao sabor do vento.

O perfume das flores invade
minhas narinas
como se nunca eu os tivesse sentido.

Um pequeno lagarto atravessa
correndo o meu caminho.
Quase tropeço numa tartaruga
parada como uma pedra.

E a vida passa diante de
meus olhos.
Uma imagem se manifesta
e fica gravada na memória,
muitas vezes como algo sem importância
que insistentemente se manifesta
em todos os segundos.